PRIMEIRA DE MARÇO

[Tribuna Cultural de hoje, Tribuna do Nordeste]

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A EUCARISTIA MUSICAL DE MARIO GIL

Terceiro disco de Mario Gil, Comunhão congrega parceiros em uma obra que merece celebração.


[Capa. Reprodução]

Faz jus ao título, o belo terceiro disco da carreira do compositor e violonista Mario Gil, Comunhão [Dançapé, 2007, R$ 21,86, no MUBI, http://www.mubi.com.br]. O artista cerca-se de outros nomes tão interessantes – e por vezes, infelizmente, tão desconhecidos – quanto ele: os excelentes cantores Renato Braz (com quem divide a direção musical do disco, é parceiro em Vaga-lume, canta em Olho-de-fogo e apresenta concepções rítmicas em diversas faixas), Monica Salmaso (voz em Acalanto e Pajé), Luciana Alves (voz em Vaga-lume), Paulo César Pinheiro (parceiro em Olho-de-fogo, Caruana e Mestre Capiba), Luiz d’Horta, autor de Trequinhos, as obras de arte que ilustram a capa e o encarte do disco, estudos inéditos, jamais expostos em galerias de arte ou similares, além de instrumentistas como Jardel Caetano (violão de aço), Bré (percussão), Toninho Ferragutti (acordeon), Zé Alexandre (contrabaixo), Teco Cardoso (flauta em Acalanto), Webster Santos (violão 12 cordas, violão), Proveta (clarinete), Edmilson Capelupi (cavaquinho em Mestre Capiba) e Aloysio Becker (gaita na faixa-título), entre outros.

Mineiro de Juiz de Fora, há muito radicado em São Paulo, Mario Gil joga nas onze, atente: gravou, mixou e tocou violão em Por toda a vida (2006), mais recente trabalho de Renato Braz (um dos novos cantores que têm predileção por suas composições), todo dedicado à obra da dupla Jean e Paulo Garfunkel; mixou e masterizou 2 de fevereiro (2007), do cantor Mateus Sartori, todo dedicado à obra de Dorival Caymmi (o disco reuniu alguns dos mais importantes violonistas brasileiros da atualidade: o próprio Mario Gil, Guinga, Paulo Bellinati, Chico Saraiva, Webster Santos e Edmilson Capelupi, entre outros); gravou, mixou e masterizou Xiló (2007), de Zé Modesto, sobre o que escrevemos recentemente por aqui.

A exemplo de outras faixas, casos de Caruana – já gravada por Carmina Juarez em DVD homônimo – e De flor em flor – por Consuelo de Paula –, entre outras, a faixa-título já havia merecido gravação de Renato Braz, o que dá mostras de um requisitado Mario Gil, que às assinaturas de compositor e violonista com que o apresentamos no início merece que seja também acrescida a de cantor, ofício que cumpre competentemente, transitando com desenvoltura entre a alegria e a melancolia. Desta eucaristia musical todos podem participar: Comunhão – e os outros dois álbuns do artista, Contos do mar (1998) e Luz do cais (1993) – pode ser baixado, faixa-a-faixa, no site do artista, http://www.mariogil.com.br

2 respostas para “PRIMEIRA DE MARÇO”

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