O novo Delito de André Morais

Demorei a descobrir o trabalho do ator, cantor e compositor André Morais. Somente recentemente ouvi Bruta flor (2010, disponível para download no site do artista), seu disco de estreia, cuja epígrafe são os versos “cada manhã que nasce/ me nasce/ uma rosa na face”, de Paulo Leminski.

É um álbum bonito, cheio de parcerias e participações especiais: Âmago, faixa que novamente cita Leminski e tem violão e arranjo de Nonato Luiz, é parceria dele com Marco Antonio Guimarães (inventor do Uakti); Lua-me, parceria com Carlos Lyra, tem piano de André Mermahri; Pequenas epifanias, parceria dele com Ceumar tem participação da mineira (voz e kalimba); Leve, parceria com Milton Dornellas, cita Emily Dickinson e também tem violão e arranjo de Nonato Luiz; Canção meretriz, em parceria com Ná Ozzetti, conta com participação dela; as vozes de Tetê Espíndola cantam a Ave Maria de Bach e Gonnoud; Seio é parceria dele com Chico César; Mônica Salmaso canta O canto do cisne negro, que mistura Villa-Lobos e Baudelaire; De corpo aberto, parceria com Sueli Costa, tem seu piano; e Toninho Ferragutti assina sanfona e arranjo em Desprimavera, parceria com Edu Krieger.

Em resumo, qualquer ouvinte de música brasileira tem aí seus motivos para querer ouvir e ter o disco. Uma boa notícia é que ele já está preparando o segundo e soltou aperitivo: Delito, parceria dele com Lucina.

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Agradeço a dica ao amigo Glauco Barreto, ávido fã número zero de Ceumar (com quem fui ao mais recente show da mineira em Brasília).