Tribuna Cultural de hoje (Tribuna do Nordeste). Antes, uns extras não enviados ao jornal, exclusivos cá no blogue:
1) daqui pro fim do ano rola um show em tributo a este importante disco: anuncio o milagre, mas por enquanto não darei os nomes dos santos. Adiantemos apenas que um dos grupos de choro ilhéus acompanhará uma dupla formada por um grande cantor e uma grande cantora. Em breve vocês saberão quando, onde, quem etc. É só para deixá-los, de já, com água na boca.
2) daqui pro fim do ano, também, outros dois tributos agitarão a ilha: um a Itamar Assumpção; outro a Sérgio Sampaio. Os malditos serão interpretados por duas mulheres. Quem vai?
Estou, de já, envolvido com a produção e assessoria de imprensa dos três shows. Patrocinadores interessados, escrevam (pra quem a gente escrever, pelo menos respondam, risos).
Mais, digo em breve, fiquem ligados/as.
*
TRIBUNA CULTURAL
por Zema Ribeiro*
TRIBUTO AO REGIONAL – TÁ TUDO AÍ PARA QUEM QUISER VER*
Lançado há 35 anos, clássico de Chico Anísio e Arnaud Rodrigues está fora de catálogo – como tantos outros importantes títulos da música popular brasileira.

[Baiano & Os Novos Caetanos. Capa. Reprodução]
Se do “calor” das coisas vive o jornalismo – sobretudo o cultural, sempre tão ávido por lançamentos – às vezes é necessário olharmos para trás, por saudosismo ou coisa que o valha, ou qualquer outro motivo. Uma tristeza, por exemplo, ver Chico Anísio fazendo um papel secundário em novela global. Ele que já ocupou o trono de melhor humorista do país. Ele que, com Arnaud Rodrigues, lançou, há 35 anos, um verdadeiro clássico da música brasileira: Baiano & Os Novos Caetanos (1974).
O título, uma sátira a Caetano Veloso e os Novos Baianos, grupo inventivo que fundiu choro e rock e tinha em sua formação nomes como Moraes Moreira, Galvão, Pepeu Gomes, Baby à época Consuelo e, entre outros, Paulinho Boca de Cantor. Paulinho, aliás, nome do personagem que Arnaud Rodrigues fazia, à época, no programa de TV de Chico Anísio.
O humor dá o tom de Baiano & Os Novos Caetanos, mas engana-se quem pensa tratar-se de um disco de piadas ou, pior ainda, daqueles discos que você ouve uma vez e não sente a menor graça em ouvir uma segunda, por já saber cada texto. Longe disso. Pena as edições que eu tenho em vinil e cd não trazerem nenhuma informação sobre os instrumentistas que participaram da gravação, mas musicalmente é disco bastante interessante.
Chico Anísio, Arnaud Rodrigues e companhia transitam com desenvoltura por rock, ciranda, choro, forró e psicodelia, em sua estreia musical – ainda lançariam diversos outros discos, mas nenhum com a mesma repercussão deste Baiano & Os Novos Caetanos, que deixou alguns clássicos na memória do povo: quem não lembra de Vô batê pá tu, Urubu tá com raiva do boi e Folia de rei?
Uma tristeza a música brasileira, hoje em dia, andar de mau humor, ou quando arrisca, fazer gracinhas tão sem graça.
[O título da coluna de hoje é soma do título da 10ª. faixa de Baiano & Os Novos Caetanos, Tributo ao regional, e verso da mesma faixa. Exclusivo para o blogue: o do post era seção da revista Bizz, última página, lembram?]
*Zema Ribeiro escreve no blogue http://zemaribeiro.blogspot.com
URUBU TÁ COM RAIVA DO BOI
Geraldo Nunes e Venâncio
O urubu tá com raiva do boi
E eu já sei que ele tem razão
É que o urubu tá querendo comer
Mas o boi não quer morrer
Não tem alimentação
O mosquito é engolido pelo sapo
O sapo a cobra lhe devora
Mas o urubu não pode devorar o boi
Todo dia chora…
Todo dia chora…
Gavião quer engolir a socó
Socó pega o peixe e dá o fora
Mas o urubu não pode devorar o boi
Todo dia chora…
Todo dia chora…
Curtir isso:
Curtir Carregando...