Estreei ontem (23), na página 7 do Tribuna do Nordeste, a coluna Tribuna Cultural, que repetirá a experiência que já tive em outros jornais em São Luís: vou resenhar discos e livros (e às vezes filmes e peças etc.) semanalmente, aos domingos.
Espero sinceramente que essa coluna tenha vida mais longa que as anteriores e, quando/se acabar, que seja em paz. Patrocinadores interessados, fineza fazer contato. Abaixo, reproduzo a primeira colaboração para o matutino da São Pantaleão. A CB, que me trouxe o disco, meu muito obrigado e um grande abraço!
TRIBUNA CULTURAL
por Zema Ribeiro
QUANDO A FORÇA ESTÁ NA MÚSICA
Saravá Discos, selo de Zeca Baleiro, relança o antológico Cabelos de Sansão, estréia do cearense Tiago Araripe.
Além do coelhinho azul da Mônica nas histórias de Maurício de Souza, Sansão é o personagem bíblico cuja força vinha dos cabelos. Outro personagem importante recém re-descoberto é Tiago Araripe, compositor cearense cuja estréia Cabelos de Sansão (Saravá Discos, 2008, R$ 15,00 pelo site http://www.saravadiscos.com.br), originalmente um LP lançado em 1982 pela Lira Paulistana, é devolvido ao público pelas mãos do incansável Zeca Baleiro.
O disco, aliás, foi o segundo lançado por aquela gravadora: o primeiro foi o hoje lendário Beleléu, Leléu, Eu, de Itamar Assumpção, que participa dos vocais no trabalho de Tiago Araripe, que sozinho ou em parceria assina todas as faixas de Cabelos de Sansão – a exceção é Asa Linda, versão de Augusto de Campos para Little Wing, de Jimi Hendrix.
Cantor de voz ímpar, veludo, o magricelo cabeludo nu cavalgando um leão num céu chamou a atenção de Zeca Baleiro, numa viagem ao Rio de Janeiro, quando o maranhense era ainda um estudante de Comunicação. Sem nunca ter ouvido ou sequer ouvido falar em Tiago Araripe, arriscou levar o disco para casa e 26 anos depois re-apresenta o compositor que soube por no mesmo balaio sonoro, forró, rock, maracatu, doses certas de eletrônica, lirismo, acidez, irreverência, belas letras e canto, além de um time de instrumentistas de primeiríssima grandeza: Luiz Brasil (guitarra, violão), Cid Campos (bateria), Mané Silveira (saxofone), Tetê Espíndola (vocal), Oswaldinho do Acordeon e Tony Osanah (gaita), entre outros.
Hoje, nem tão magro assim, o cantor, compositor e publicitário Tiago Araripe é um senhor de óculos e sem cabelos. Quando ouvimos seu Cabelos de Sansão é impossível entender o porquê de, até aqui, o artista ter cumprido injustamente o papel de “primo pobre” da Lira Paulistana: o disco está à altura das geniais criações de Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção. À Saravá só nos resta agradecer por devolver-nos este importante clássico da música popular brasileira.
MAIS
No blogue http://www.cabelosdesansao.blogspot.com é possível ler textos de Tiago Araripe sobre o processo de “devolução ao público” do antológico Cabelos de Sansão, além de depoimentos sobre a obra, de figuras como Tom Zé, Décio Pignatari, Augusto de Campos, Wilson Souto Jr. (produtor do disco), Vânia Bastos, Tetê Espíndola e Nelson Augusto, entre outros.
Olá Zema!!! Desejo todo suce$$o em mais essa atividade , assim como tem tido em todas as outras graças a sua competencia. abraço Ivo Segura
gracias, ivão! e que o sucesso venha acompanhado dos cifrões com que você o escreve, risos. grande abraço!
Parabéns,Zema! Pela coluna e pelo sempre alto nível do blog.>>Abração!
obrigado, nelson. grande abraço!
Parabéns, Zema!>>Parabéns por mais essa nova etapa na sua vida!>>Abraço
valeu, gilda! me ajuda a arrumar uma patrocinador? risos. como vai o trampo? abração!
olá, zema.>palavras com as suas são um alento, depois de 26 anos de silêncio.>a iniciativa de baleiro me faz repensar a relação com a música.>uma hora dessas espero chegar a são luís, quando poderemos nos conhecer pessoalmente.>obrigado pelo generoso espaço concedido ao meu disco. e parabéns pelo blog.>abração!>tiago araripe
tiago, quando celso borges me deu teu disco de presente ele teceu breves comentários e fez altos elogios, e cb é um cabra que eu respeito muito e levo muito em conta o que ele diz. dito e feito: cabelos de sansão é um disco muito bonito. fico pensando: como é que um disco fica assim, esquecido, por 26 anos? 26 anos é minha idade… três parcerias com zeca baleiro também são coisas que me deixaram contente e curioso. vamos nos falando. abração!
Legal, Zema. De volta ao colunismo anti-social. >Agora vai…>dar certo!>Vida longa, amigo meu.
valeu, grande marcos. abração!